2008-06-09

Acerca de Castilla-León e dos movimentos para-sindicais na Arqueologia ibérica

Também eu tenho acompanhado na medida do possível os movimentos recentes em Espanha relativos às condições de trabalho em Arqueologia de salvamento.
Obviamente, sou muito favorável, quer à ideia em si, quer ao aspecto que salienta o Jorge, relativo à necessidade de aumentar a intervenção de todos nas discussões de carácter sócio-profissional.
Nem seria preciso um novo post meu para afirmá-lo.

Porém, o que motiva estas linhas é uma reflexão diferente -- e seguramente menos consensual! -- sobre esta questão.

É que os factos não existem fora do seu contexto social, profissional, político, etc., e a análise da conjuntura faz-me temer dois efeitos perniciosos possíveis de uma acção deste tipo no momento actual:
1. O que esta intervenção pretende (e talvez consiga) é aumentar a pressão sobre as empresas no sentido da melhoria das condições de trabalho. Em si é positivo, mas esta pressão não será homogénea. As empresas mais institucionalizadas são as que mais rapidamente vão sentir-se compelidas a integrar estas alterações e, portanto, tenderá a acentuar-se uma desigualdade de obrigações que é desfavorável às empresas mais cumpridoras e com mais preocupações de qualidade, face a outras que resistirão mais tempo a subir os salários. Sim, porque não creio que se consiga unanimidade entre os prestadores de serviços, cujo insuficiente rigor ético, segundo parece, permite inclusivamente destruir património conscientemente e até desviar activamente bens patrimoniais, como já aqui neste blog foi confessado... anonimamente -- o que me faz recear que tais actores estejam ainda mais disponíveis para "furar" esta determinação de classe, sempre em nome das mesmas necessidades financeiras de subsistência;
2. Exigir melhores remunerações implica também oferecer melhores competências técnicas e aqui é que a porca torce um pouco o rabo, porque (não é novidade para ninguém!) penso que a qualificação técnica dos prestadores de serviços no sector da Arqueologia em Portugal é, em média, extremamente deficiente. Nestas condições o risco adicional (o tal segundo efeito pernicioso possível) introduzido por um acordo deste género é que face ao aumento dos honorários destes prestadores de serviços se verifique um movimento (ainda mais acentuado do que o actual!) no sentido de substituir nos diversos cargos trabalhadores por outros cada vez menos qualificados: técnicos por indiferenciados, arqueólogos por técnicos, inexperientes em vez de experimentados.

Assim, conhecendo bastante bem a realidade da formação e do mercado de trabalho do sector da Arqueologia em Portugal, e um pouco em Espanha, aconselharia a que estes movimentos, sempre justificados pela defesa do património, incluissem também outras reivindicações para além da exclusiva exigência de "melhores condições"que, convenhamos, frequentemente não ultrapassa as ambições financeiras (legítimas, diga-se!).

Não há milagres! Estas coisas não se resolvem por vontade de uns quantos, nem de um dia para o outro. Implicam pelo menos duas outras áreas de intervenção, para além desta sobre as empresas:
1. A montante, sobre as entidades que fazem a formação dos futuros trabalhadores, a quem devemos exigir muito mais eficácia na criação de competências efectivas;
2. A jusante, sobre as entidades da tutela, a quem devemos exigir uma actividade de fiscalização muito mais rigorosa, que imponha de facto ao universo das empresas de Arqueologia um aumento da qualidade geral.

Sem estas outras duas intervenções, a acção sindical (repito: em si mesma positiva!) comporta na situação actual mais riscos do que benefícios.

21 comentários:

Anónimo disse...

Tanta conversa mas nenhuma empresa tem a coragem de criar uma tabela de ordenados. É só boas intenções, agora fazer algo.

Anónimo disse...

Assim é complicado.

Por um lado, vitimiza-se o lado das empresas "mais institucionalizadas" (fica mal dizer as maiores?) porque "as outras" não têm ética; ataca-se o rigor ético dos prestadores de serviços com base em acusações (ou confissões, é o mesmo) anónimas, quando antes se atacou (com razão) as acusações anónimas a empresas; realça-se a falta de qualificação técnica média dos prestadores de serviço e das instituições que os formaram (são factos indesmentíveis) mas esquece-se que, face à continua degradação do mercado (que se reflecte em orçamentos mais baixos, tempos mais curtos, menos gente qualificada nos trabalhos e "emagrecimento" das estruturas empresariais e dos fundos disponíveis), as próprias empresas fazem cada vez menos formação.

Muita gente entra sem experiência nenhuma (ou com meia dúzia de dias de formação teórica - vai dar no mesmo) directamente para acompanhamentos e chega a andar de um para outro durante anos a arrastar essa inexperiência e a transformá-la em más práticas, apenas porque não teve oportunidade de trabalhar tempo suficiente com gente qualificada.

É um facto que a tutela neste momento não tem força (vontade até pode ter, não se sabe) para estabelecer um sistema de certificação de empresas (e de Arqueólogos, porque não?) mas também não vejo grande entusiasmo (posso estar a ver mal) das empresas "mais institucionalizadas" em participar na tal regulamentação em curso da Lei do Património. Não me parece que os "incapacitados prestadores de serviços" se consigam fazer ouvir, já as "instituições"...

Se é verdade que as empresas querem um verdadeiro incremento na qualidade dos serviços (por si e a si) prestados, não basta fazerem pedidos a jusante ou a montante. Dentro das próprias empresas podia fazer-se muito mais do que se faz hoje, se não para já na regularização dos vencimentos, pelo menos no campo da formação.

Dito isto, e para responder aos anónimos do toca-e-foge, imaginemos que uma empresa criava unilateralmente uma tabela de salários digna dos profissionais de arqueologia. E depois? Está-se mesmo a ver que vinha toda a classe dos prestadores de serviço trabalhar nessa empresa que, por sinal, acabava por falir ao fim de uns meses por não conseguir acompanhar os orçamentos das outras. Protestem, mas com termos, por favor.

Anónimo disse...

Caro M. d. A. As empresas investem cada vez menos em formação. Talvez. Mas, como seguramente saberás, muitas vezes são dadas opotunidades às pessoas, que pura e simplesmente não as aproveitam. A formação tem também que ser um investimento pessoal (e eu sei do que estou a falar).

Miguel Almeida disse...

(Antes de mais, desculpa uma resposta tão longa. Tocas em muitos pontos sensíveis deste problema, e por isso todos merecem comentário. Fiz isto por pontos, para facilitar).

1. De facto, não é por acaso que falo das empresas "mais intitucionalizadas".
Já estava escrito no "low-cost": são aquelas que têm uma direcção técnica efectiva, que têm equipamento, viaturas, um quadro técnico mais fixo, formação contínua dos elementos deste quadro, preocupações de publicação e divulgação científica, etc.
As "maiores" são as que facturam mais. E nas minhas contas de cabeça, o ranking das "maiores" e das "mais institucionalizadas" não é o mesmo! Há poucos meses o António Valera tentou estudar isto. Deve ser ele a dizer-te aqui a que resultados chegou.

2. Touché. Não deveria ter utilizado o exemplo fácil das eventuais faltas éticas supostamente (pseudo-)confessadas por um anónimo. Mea culpa, mea grandissima culpa! Sem dúvidas, deveria ter contado uma qualquer outra história, semelhante, mas comprovada por testemunhos fidedignos ou directamente observada por mim... Sei lá: um arqueólogo apanhado a dormir dentro dos tubos da obra; outro a ler "Patinhas"; uma pré-avaliação que determina como de "risco patrimonial NULO" uma obra dentro de uma ZEP com base em prospecção de superfície sobre zonas alcatroadas; etc. De qualquer modo, isto não me desculpa o facilitismo barato. Penitencio-me!

3. Correcção: no mercado actual de Arqueologia em Portugal, é provável que uma empresa não tenha qualquer vantagem em fazer formação, porque o modelo é de LOW-COST: baixos custos, para baixa qualidade. Logo: formação, não! É contra isto que escrevo e é esta situação que devemos tentar alterar profundamente. Porque posso garantir-te que no momento presente o investimento em formação quase não tem outro retorno que não seja a satisfação pessoal de o ter feito... Isto, claro, quando consegues convencer os "formandos" do interesse de fazer a formação. Nem sempre acontece, já te digo!

4. Inteiramente de acordo acerca dos jovens lançados às feras nos acompanhamentos. Já falei disto N vezes. É inaceitável que os acompanhamentos sejam assim feitos, na medida em que se trata de um tipo de trabalho muito difícil (tecnicamente) e extremamente exigente (a todos os níveis). Mais uma vez, é o tal modelo de baixos custos e baixa qualidade, que temos que banir!

5. Não estou muito de acordo com o que dizes da pretensa falta de vontade de participar das tais "empresas mais institucionalizadas". Se fizeres um esforço de memória, verás rapidamente que são sempre os mesmos (os mesmoa arqueólogos / as mesmas empresas) que aparecem em todas as discussões. Não é por acaso, mas porque são aqueles que precisam como de pão para a boca que o estado actual das coisas mude profundamente. Ou isso, ou desaparecemos.

6. Pelo contrário, já estou mais de acordo contigo acerca da dificuldade de fazer-se ouvir que têm os prestadores de serviços. O que nos separa talvez seja que eu sei que as tais instituições também não têm tanto peso, ou impacto, como pareces supor. Aqui só há uma via de saída: ou cada um faz a sua parte do trabalho, puxando todos mais ou menos no mesmo sentido, ou a Arqueologia, enquanto todo(!), não tem peso social suficiente para se impôr.

7. É certo que o maior dos problemas está nas empresas. São, neste momento, quem detem a iniciativa do jogo e não podia estar mais de acordo contigo em relação ao déficit de formação. Seria fundamental que as empresas apostassem decisivamente na formação dos seus quadros técnicos. Para isso são necessárias três condições: (1) que exista um quadro técnico mais ou menos fixo; (2) que os responsáveis da empresa tenham qualificação científica suficiente para realizar uma direcção técnica efectiva e, por consequência, orientar um plano de formação; e (3) que tivessem vontade (ou, visto isto pela perspectiva de cada um dos empresários: que tivessem vantagens... e eu até preferia que tivessem necessidade!) de promover esta formação técnica. O problema é que na maioria das nossas empresas de Arqueologia estas três condições não estão realizadas. Em muitas delas até parecem faltar as três.

8. Parece-me até que na Dryas estamos num ponto da reflexão bastante parecido com o que aqui dizes: como nos tem sido impossível aumentar os salários para os valores que as pessoas verdadeiramente mereceriam ganhar, pelo menos temos investido todo o tempo possível em formação. É uma forma de compensar a tenacidade e valentia dos que continuam connosco.

9. Por fim, acerca da competição e da tal ideia da tabela de salários... Sim, infelizmente tens razão. É por também pensar o que tu dizes no teu último parágrafo que fiz este post a dizer que não vale a pena chorar por mais meios à porta de quem também não os tem. É preciso ante de mais que nos empenhemos em aumentar a qualificação de todos e em subir a qualidade da nossa Arqueologia. Quanto mais qualificados formos e melhor a nossa Arqueologia melhores serão os nossos salários.

Mas isto não vai acontecer por si. Alguém terá que lutar arduamente!

Anónimo disse...

É verdade que a formação também tem de ser um investimento pessoal e nada do que eu disse vai contra isso, e até puxei o assunto porque grande parte (a maior) da minha formação foi feita numa empresa de arqueologia, trabalhando com alguns (bastantes, até) bons profissionais.

Mas até o facto de as pessoas aproveitarem ou não as oportunidades de formação serve para separar, digamos assim, o trigo do joio, naturalmente recompensando as que investem no seu aperfeiçoamento como profissionais e o demonstram no dia-a-dia. Para mim é evidente que quem não se valoriza acaba por ser ultrapassado por quem o faz, assim quem avalia tenha verdadeira capacidade para o fazer. Parece-me até muito mais rentável para as empresas
do que a, cada vez mais vulgar, prática de descartar pessoas com experiência porque "ganham muito", para contratar prestações de serviços de pessoas sem experiência mas que ganham menos.

Quando um barco tem um remador de cada lado e só um é que rema, normalmente o barco anda às voltas sem sair do sítio. E mesmo remando os dois, se cada um rema para seu lado, o efeito é o mesmo só que as voltas são mais rápidas.

Anónimo disse...

Iria colocar na mesa uma greve, mas a verdade é que uma greve da arqueologia iria deixar muita gente de sorriso nos lábios. De facto é complicado reivindicar algo nesta classe. Os médicos param morrem pessoas, os camionistas param não há comida, os pescadores param não há peixe, se os arqueólogos pararem talvez se consigam atrasar meia dúzia de obras. No entanto os niveis de precariedade não permitem uma greve e para substituir os arqueólogos grevistas haveria sempre meia dúzia de traidores que aceitariam recibos verdes e tudo ficaria normal. Caros senhores, isto só lá vai emigrando, por aqui tudo morreu. Quem puder que meta no bolso o máximo que conseguir, o país está ao saque em todas as áreas, não só na arqueologia. Siga-se o caminho da revolução mas desta vez com sangue à boa moda da roma antiga. Por vezes meto-me a pensar nisto, se houver um levantamento popular será que os arqueólogos continuamente espezinhados vão fazer alguém "pagar"? Pelo sim pelo não, se o povo marchar pelas ruas e se eu pertencesse ao cluster de decisão da arqueologia fugia ou escondia-me para precaver perseguições de meia dúzia de dementes frustrados.

JR disse...

Diz muito bem o Miguel, na parte final da sua mensagem, que não há milagres que resolvam a situação sócio-profissional da Arqueologia e dos arqueólogos portugueses. É preciso que se conjuguem várias áreas de intervenção, sobre as empresas, as entidades que formam (universidades e politécnicos) e as que tutelam e fiscalizam (actualmente o IGESPAR).
Mas reivindicar outra atitude institucional, mais e melhores direitos e condições profissionais, implica que cada um de nós reconheça também a sua quota-parte de responsabilidade individual, assumindo a outra face da mesma “moeda”: mais direitos pressupõem mais deveres -- um aluno empenhado e interessado ultrapassa melhor as insuficiências do sistema de ensino e aproveita muito mais do processo de obtenção de qualquer tipo de grau académico; um bom profissional não precisa do “chicote” da tutela para adoptar atitudes éticas e deontológicas correctas e ganhar consciência da necessidade de auto-formação e aprendizagem ao longo da vida, de modo a adquirir uma qualificação que pode ser decisiva na fuga ao circuito dos baixos salários e maus empregadores.
A sistemática tendência para culpar o “sistema” de todos os males justifica uma conveniente desresponsabilização individual e está na base de pseudo-radicalismos como o do comentário anterior, com a imagem apocalíptica do país a saque, onde só resta “meter ao bolso” ou emigrar, e se chega a apelar à eliminação física, não se sabe muito bem de quem.
Isto sim, são posições bem mais perigosas do que qualquer actividade sindical ou para-sindical!

Jacinta Bugalhão disse...

Jorge Raposo: música para os meus ouvidos.
Vamos cantar a cantiga do desgraçadinho, ou vamos, cada um individualment e no colectivo, assumir as nossas responsabilidades?

Anónimo disse...

As empresas têm a responsabilidade de criar uma tabela de ordenados. Ponto final. Deixem-se de desculpas. Não são os ordenados do pessoal de campo que as levam à falência. Quem faz os trabalhos que as empresas vão ganhando recebe uma porcaria, porque está a sustentar um quadro de escritório demasiado grande, estes meninos do escritório não ganham mal e têm muito tempo livre (aqui incluo os Valeras e o Migueis Almeidas). Aproveitem a reunião de empresas que se aproxima, sejam homenzinhos e criem uma tabela de ordenados.

Anónimo disse...

Jacinta Bugalhão já tens o teu tachinho, que inclui fechar os olhos a algumas situações em Lisboa e dar muitos beijinhos ao engenheiro que está a partir o nosso património (o verdadeiro desgraçadinho).

Anónimo disse...

A única formação que existe é no terreno, quando tens uma ideia daquilo que te pedem e quanto vais ganhar pelo teu trabalho, a insegurança (fisica, intelectual e e emocional)a que as empresas sujeitam os profissionais é criminosa. Este insegurança é que disforma os profissionais. Acho engraçado que os principais criticos nunca tiveram que lidar com uma escavação de emergência de hoje. Depois chamam formação a mais um curso teórico ou um congresso (enfim mais masturbação intelectual).

Anónimo disse...

Ganhar 50 euros por dia (com casa e carro pagos pela empresa)a recibos verdes é o minimo para se ter alguma dignidade nesta profissão.

Alexandre disse...

Anónimo, se a vida das empresas é assim tão boa, porque não crias tu a tua própria? E depois, aproveitavas e criavas a tua tabela de ordenados... que dizes?

JR disse...

Não tenho procuração para defender ninguém, até porque a própria se defende muito bem, mas a mensagem anónima das 20:46 é um insulto à Jacinta Bugalhão, mas também à inteligência de todos os que têm acompanhado os últimos anos da Arqueologia portuguesa.
E, enquanto administrador deste espaço, aviso desde já que está na fronteira do que será aqui permitido.
Comentários caluniosos e sem o mínimo de fundamentação serão sistematicamente apagados.

Anónimo disse...

Desafio o comentador das 20:46 a colocar aqui links apontando para ficheiros de modo a provar aquilo que afirma. Fotografias, documentos, relatórios tudo é bem vindo. Sem estes elementos penso que não é saudável exprimir os boatos do dia-a-dia que nenhum de nós sabe ou não se são verídicos.

Jacinta Bugalhão disse...

Caro anónimo das 20.46:

Não fechei os olhos nem nunca fecharei, a situações menos correctas ou que impliquem destruição do património, nem em Lisboa, nem em lado nenhum.
Já lutei muitas batalhas, para defender o Património arqueológico, principalmente em Lisboa. Umas ganhei, outras perdi, mas nunca fechei os olhos. De facto é um insulto, mas é principalmente injusto. Mas é assim a vida: quem vai à guerra dá e leva. Quem se mete em blogs também. Não me tira o sono, até porque já é tarde.
E depois, eu não sou boazinha… sou bruta, digo palavras duras.
Contem com a minha solidariedade, mas não contem com a minha “peninha”.
Eu estava mesmo interessada em discutir a regulamentação de lei do património…

Anónimo disse...

Lutou batalhas? Fez o trabalho para que lhe pagam. As que perdeu, não foi você, foi o património. Se calhar eu que tenho que ter peninha de si, pois a minha solidariedade não tem de certeza.

Anónimo disse...

Alexandre eu sou a minha empresa e tenho a minha tabela, as empresas pelos vistos têm sido boas para ti.

Anónimo disse...

Estava mesmo para pôr umas fotos, mas pelo discurso do JR (a proteger a amiga) não vale a pena perder tempo. Continuem lá a dar palmadinhas das costas uns dos outros que entretanto a arqueologia portuguesa vai pelo cano.

Anónimo disse...

Se calhar não me expliquei bem, o desgraçadinho não é o engenheiro, é o património.

Jacinta Bugalhão disse...

Anónimo (sei lá de que horas). É tão bom ser anónimo, não é? É sempre a andar. Dasanca neste e naquele. Diz mal de tudo e julga-se decerto melhor que todos.
Todos os participantes deste blog (os que assinam, pois outros não sei) fazem muito mais de cumprir a obrigação que lhes é exigida pelo salário. Se não sabe ou não vê, ou não compreende esta realidade por demais evidente, não sou eu que mereço peninha.

Há uma diferença entre ser um profissional diligente e lutar. Eu luto e há um grande número de arqueólogos deste país que lutam muito, muito para além daquilo que ganham (quer os que ganham muito, quer os que são explorados).

Venham lá essas fotozinhas para eu ver! Ainda estou com esperança que no meio de toda a basófia e anonimato, saia daí algo de jeito.