2008-03-04

Sinais de esperança

Não resisto em divulgar aqui, com a devida vénia, a mensagem (de esperança...) colocada pelo JOSÉ ARNAUD no ARCHPORT. No entanto, enquanto não participante no encontro de Lisboa, gostaria de ter acesso a comentários ou impressões, ainda que menos emotivas, sobre as respectivas intervenções e debates.

ACS

Caros Amigos e Colegas:
A recente realização no Museu Nacional de Arqueologia em Lisboa do 1º encontro promovido pelo Centro de Arqueologia de Almada para assinalar os seus 25 anos de existência e o lançamento do 15º volume da sua utilíssima revista Almadan – Arqueologia em Revista , no qual estiveram presentes, ao longo de todo o dia, mais de uma centena de arqueólogos e estudantes de arqueologia, defendendo de um modo civilizado e democrático as mais diversas correntes e perspectivas, permite-me encarar com um pouco mais de optimismo o futuro da actividade arqueológica em Portugal, apesar de o país atravessar uma das suas mais graves crises sociais e institucionais desde a restauração do regime democrático.
A própria organização desse encontro por uma entidade particular, fundada por um grupo de estudantes, que conseguiu sobreviver e desenvolver uma actividade notável, no âmbito da divulgação e da promoção da actividade arqueológica e da valorização do património, ao longo de um quarto de século, conseguindo uma lenta mas sólida e gradual afirmação no restrito meio arqueológico português, é um exemplo para todos nós. É também um notável exemplo do que é possível realizar, mesmo neste país, com a competência, a dedicação e o sacrifício pessoal de um pequeno grupo de pessoas, desde que surja alguém com a capacidade e a vontade de as motivar em prol do bem comum, sem autoritarismo nem culto da personalidade.
O Jorge Raposo e a sua equipa são pessoas que não precisam, nem gostam, de elogios. O seu trabalho está bem à vista de todos, pelo que a melhor homenagem que se lhes pode prestar é corresponder “de alma e coração” às suas iniciativas, neste ano de grande júbilo para o Centro de Arqueologia de Almada e para a Almadan, participando nos encontros que se vão seguir, no Porto, em Faro, em Beja e finalmente em Conímbriga, inscrevendo-nos como membros do Centro, e colaborando nos próximos números da Almadan.
O Centro e a Almadan são o exemplo vivo da importância da chamada “sociedade civil”, num país em que o Estado democrático o é cada vez menos, e os políticos do Centrão, em nome da “social democracia” e do “socialismo”, se procuram descartar gradualmente das suas responsabilidades para com os seus cidadãos eleitores e os contribuintes, desbaratando os recursos comunitários, investindo no betão, em detrimento das pessoas, e esbulhando os impostos sacados com cada vez com maior eficácia aos assalariados e pequenos empresários, enquanto o país real se vai afundando e a banca vai “enriquecendo” de uma forma ilegítima, numa escandalosa e tentacular promiscuidade com o poder!
Longa vida para o Centro de Arqueologia de Almada e para os seus obreiros !
José Morais Arnaud
3/3/2008

3 comentários:

JR disse...

Espero que ainda esta noite ou, no máximo, amanhã, seja possível começar a colocar neste blogue alguns vídeos com os momentos mais interessantes do debate de Lisboa, como estava previsto desde o início.
Não havendo verba para contratar este serviço profissionalmente, recorremos ao habitual voluntariado e levantaram-se alguns problemas técnicos inesperados, que esperamos ultrapassar muito em breve.
Nos próximos debates já correrá melhor, certamente.

JR disse...

É da mais elementar justiça reproduzir aqui também a resposta à mensagem de José Arnaud, que tive oportunidade de distribuir igualmente pela Archport.

"Seria um lamentável sinal de má educação não agradecer publicamente as palavras amáveis do amigo José Arnaud, em meu nome pessoal e no da associação a que fundamentalmente se dirigem, o Centro de Arqueologia de Almada.
Nunca orientámos a nossa actividade para a conquista do elogio fácil, mas é sempre bom saber que se lhe reconhece algum mérito, principalmente quando a opinião é expressa de forma tão sentida e por alguém que tanto prezamos.
Pela nossa parte, continuaremos apenas a tentar cumprir responsavelmente a função social que está ao nosso alcance, enquanto agente colectivo que procura congregar muitas vontades e saberes individuais.
E, sem nos pretendermos substituir a ninguém, esperamos que o movimento desencadeado com o ciclo de debates “A Arqueologia em Revista” possa contribuir para melhorar o contexto social e profissional da Arqueologia portuguesa.
É também por isso que o CAA existe há mais de 35 anos, e é para isso que se manteve o esforço de produção da Al-Madan no último quarto de século.

Jorge Raposo"

Anónimo disse...

Em relação às palavras do José Arnaud (meu bom amigo e "velho" mestre), só tenho a acrescentar:

IDEM, IDEM, ASPAS, ASPAS!

Jacinta Bugalhão